Post revolta: meu país - EDITADO
Olás!
Não vou falar de cosméticos neste post, mas vou fazer um desabafo que está entalado na minha garganta. Então, pra quem não quer ler um monte de mimimis, pode pular este post.
Quando eu vim morar em Bagé uma das coisas que fiz questão era achar uma casa pra morar. Morei em casa até os 11 anos, depois só em apartamento. E já que estava indo pra uma cidade de 120 mil habitantes, a princípio tranquila, achei que o melhor seria morar numa casa e poder desfrutar das qualidades que isso podia me proporcionar. Deixei a cidade que mais amo no mundo (São Paulo) pra vir para uma cidade que não oferece nada do que estava acostumada a encontrar em SP (nem bons restaurantes, nem cinemas, nem shoppings, nem mercado bom!), mas oferecia um bem muito maior que estes: tranquilidade.
Por 4 anos vivi relativamente tranquila aqui. Cansei de voltar pra casa depois da aula às 10h30 da noite, sozinha. Cansei de andar na rua à meia-noite vendo crianças brincando no parque. Não me preocupava com nenhuma neurose das cidades grandes; afinal, aqui, no fim do mundo (moro a 60km do Uruguai) não há ladrões, e se eles existem, logo são desmascarados, pelo tamanho da cidade.
Como vcs que acompanham o blog já sabem, minha casa foi arrombada no começo de fevereiro. Como se não bastasse, na mesma semana, eles voltaram a tentar arrombá-la. Por este motivo, interrompi minhas férias (ainda tinha 10 dias) e voltei pra casa e pro trabalho, decisão que tinha que tomar visto a preocupação que tomou conta de mim.
Ao chegar aqui no domingo me deparei com imagens que me encheram o coração de pesar:
Esta porta foi por onde eles conseguiram entrar na casa. Eles praticamente retiraram a madeira ao redor da fechadura para conseguir puxar o trinco. Fizeram estragos por toda a extensão da porta, usando uma chave de fenda. O que dói é ver a porta toda detonada, uma porta de madeira maciça que certamente hoje em dia não teríamos como mandar fazer (a casa é antiga, tem uns 30 anos, por isso tem material de qualidade e cujo preço hoje é abusivo).
Fui verificar o que tinha sumido, e logo constatei que o meu casaco de frio amado tinha sido levado.
Na foto acima, eu e o "falecido", na última viagem que fiz para a Itália (este ano). Eu amava este casaco; perdi um tempão para achá-lo, e paguei caro por ele. Mas o fato de ter custado caro não foi o que me deixou triste; foi o apego emocional.
Fora isso, ainda tínhamos saído no lucro: as coisas mais valiosas não haviam sido roubadas, pois estavam trancadas num armário, cuja chave eu levei comigo.
Hoje, às 5h da manhã, meu marido acordou com um barulho na garagem. Acendeu as luzes da casa e o barulho parou. Mais tarde, a Estela (diarista) viu marcas numa porta de entrada perto da garagem, sinal que tentaram entrar novamente:
As marcas na porta não deixam dúvidas.
O problema é que estamos instalando o alarme, e este só vai estar completamente instalado na terça-feira. Até lá, o que nós vamos fazer?
No meu contracheque, todo mês está lá x reais de imposto de renda* (uma grana absurda). Agora multiplica isso por 12: R$x reais vezes 12 anuais*. Pra que serve pagar isso? Pra ter segurança, educação e saúde de qualidade? Não, não serve. Pra pagar salário de político? Sim, com certeza! Com direito a aumento gordo todo ano. Porque segurança estou pagando privada; saúde, privada; educação, até os 17 anos privada.
Todo mundo conhece uma história de violência, seja consigo mesmo, ou com parentes. Minha irmã já foi esbofeteada na rua, por nada; meu ex-cunhado, refém de assalto relâmpago; meu tio teve arma apontada pra cabeça; eu, assaltada duas vezes; diversos amigos assaltados.
E por falar na polícia... Quando nos assaltaram em SP, meu marido foi a uma delegacia da Polícia Civil fazer BO. Chegando lá ele viu as condições de trabalho dos policiais: computador e impressoras pessoais para poder trabalhar e nenhum sistema interligado, coisa comum nos seriados americanos criminais. Ganhando um salário de fome, vc arriscaria sua vida pra prender bandido? Eu não!
Outro desconto no contracheque: previdência. Mais x reais por mês* (não é pouco). Pra quê? Pra eu trabalhar até os 70 anos, ser aposentada compulsoriamente e passar necessidade quando eu mais preciso estar tranquila???
Minha irmã mora na Inglaterra há anos. Passei alguns dias com ela em 2007, no cotidiano. Vc acha que ela tem preocupação se vão assaltar ela na rua, ou na casa dela? No. Vc acha que a galera quando bebe vai dirigindo pra casa? No. Por quê? Porque eles têm leis rigídas e, o mais importante, aplicam a lei! E a pergunta que não quer calar: pra que diabos nós temos lei no Brasil? Pra quebrar? Pra onerar o cidadão consciente?
Enquanto a gente sustenta banco falido, aumento de político e FMI, o governo nos acena com bolsa família, PROUNI, e palhaçadas do tipo. Não precisamos de caridade; precisamos de governo sério. Precisamos ter nossos impostos aplicados nos serviços que o governo se diz responsável. Precisamos aplicar a lei. Precisamos de transparência e honestidade. Isso é o mínimo.
Enquanto me sinto prisioneira numa casa no fim do mundo, os banqueiros têm lucros de 200% ao ano. Enquanto eu pago segurança privada, o FMI dita as suas normas, para nos tornar um país cada vez mais de terceiro mundo. E a gente aplaude.
*P.S.: tirei os valores por uma questão de segurança. Obrigada Carlinha!
Não vou falar de cosméticos neste post, mas vou fazer um desabafo que está entalado na minha garganta. Então, pra quem não quer ler um monte de mimimis, pode pular este post.
Quando eu vim morar em Bagé uma das coisas que fiz questão era achar uma casa pra morar. Morei em casa até os 11 anos, depois só em apartamento. E já que estava indo pra uma cidade de 120 mil habitantes, a princípio tranquila, achei que o melhor seria morar numa casa e poder desfrutar das qualidades que isso podia me proporcionar. Deixei a cidade que mais amo no mundo (São Paulo) pra vir para uma cidade que não oferece nada do que estava acostumada a encontrar em SP (nem bons restaurantes, nem cinemas, nem shoppings, nem mercado bom!), mas oferecia um bem muito maior que estes: tranquilidade.
Por 4 anos vivi relativamente tranquila aqui. Cansei de voltar pra casa depois da aula às 10h30 da noite, sozinha. Cansei de andar na rua à meia-noite vendo crianças brincando no parque. Não me preocupava com nenhuma neurose das cidades grandes; afinal, aqui, no fim do mundo (moro a 60km do Uruguai) não há ladrões, e se eles existem, logo são desmascarados, pelo tamanho da cidade.
Como vcs que acompanham o blog já sabem, minha casa foi arrombada no começo de fevereiro. Como se não bastasse, na mesma semana, eles voltaram a tentar arrombá-la. Por este motivo, interrompi minhas férias (ainda tinha 10 dias) e voltei pra casa e pro trabalho, decisão que tinha que tomar visto a preocupação que tomou conta de mim.
Ao chegar aqui no domingo me deparei com imagens que me encheram o coração de pesar:
Esta porta foi por onde eles conseguiram entrar na casa. Eles praticamente retiraram a madeira ao redor da fechadura para conseguir puxar o trinco. Fizeram estragos por toda a extensão da porta, usando uma chave de fenda. O que dói é ver a porta toda detonada, uma porta de madeira maciça que certamente hoje em dia não teríamos como mandar fazer (a casa é antiga, tem uns 30 anos, por isso tem material de qualidade e cujo preço hoje é abusivo).
Fui verificar o que tinha sumido, e logo constatei que o meu casaco de frio amado tinha sido levado.
Na foto acima, eu e o "falecido", na última viagem que fiz para a Itália (este ano). Eu amava este casaco; perdi um tempão para achá-lo, e paguei caro por ele. Mas o fato de ter custado caro não foi o que me deixou triste; foi o apego emocional.
Fora isso, ainda tínhamos saído no lucro: as coisas mais valiosas não haviam sido roubadas, pois estavam trancadas num armário, cuja chave eu levei comigo.
Hoje, às 5h da manhã, meu marido acordou com um barulho na garagem. Acendeu as luzes da casa e o barulho parou. Mais tarde, a Estela (diarista) viu marcas numa porta de entrada perto da garagem, sinal que tentaram entrar novamente:
As marcas na porta não deixam dúvidas.
O problema é que estamos instalando o alarme, e este só vai estar completamente instalado na terça-feira. Até lá, o que nós vamos fazer?
No meu contracheque, todo mês está lá x reais de imposto de renda* (uma grana absurda). Agora multiplica isso por 12: R$x reais vezes 12 anuais*. Pra que serve pagar isso? Pra ter segurança, educação e saúde de qualidade? Não, não serve. Pra pagar salário de político? Sim, com certeza! Com direito a aumento gordo todo ano. Porque segurança estou pagando privada; saúde, privada; educação, até os 17 anos privada.
Todo mundo conhece uma história de violência, seja consigo mesmo, ou com parentes. Minha irmã já foi esbofeteada na rua, por nada; meu ex-cunhado, refém de assalto relâmpago; meu tio teve arma apontada pra cabeça; eu, assaltada duas vezes; diversos amigos assaltados.
E por falar na polícia... Quando nos assaltaram em SP, meu marido foi a uma delegacia da Polícia Civil fazer BO. Chegando lá ele viu as condições de trabalho dos policiais: computador e impressoras pessoais para poder trabalhar e nenhum sistema interligado, coisa comum nos seriados americanos criminais. Ganhando um salário de fome, vc arriscaria sua vida pra prender bandido? Eu não!
Outro desconto no contracheque: previdência. Mais x reais por mês* (não é pouco). Pra quê? Pra eu trabalhar até os 70 anos, ser aposentada compulsoriamente e passar necessidade quando eu mais preciso estar tranquila???
Minha irmã mora na Inglaterra há anos. Passei alguns dias com ela em 2007, no cotidiano. Vc acha que ela tem preocupação se vão assaltar ela na rua, ou na casa dela? No. Vc acha que a galera quando bebe vai dirigindo pra casa? No. Por quê? Porque eles têm leis rigídas e, o mais importante, aplicam a lei! E a pergunta que não quer calar: pra que diabos nós temos lei no Brasil? Pra quebrar? Pra onerar o cidadão consciente?
Enquanto a gente sustenta banco falido, aumento de político e FMI, o governo nos acena com bolsa família, PROUNI, e palhaçadas do tipo. Não precisamos de caridade; precisamos de governo sério. Precisamos ter nossos impostos aplicados nos serviços que o governo se diz responsável. Precisamos aplicar a lei. Precisamos de transparência e honestidade. Isso é o mínimo.
Enquanto me sinto prisioneira numa casa no fim do mundo, os banqueiros têm lucros de 200% ao ano. Enquanto eu pago segurança privada, o FMI dita as suas normas, para nos tornar um país cada vez mais de terceiro mundo. E a gente aplaude.
*P.S.: tirei os valores por uma questão de segurança. Obrigada Carlinha!
Comentários
e graças a deus vc trancou suas coisas d mais valor antes d ir e q ninguem sofreu nenhum mal físico... mas a gente fica sempre com essa sensação ruim mesmo... eu ñ sabia oq dizer e falei demais...rs...
: **
Nao creio que de novo quiseram entrar la..
de repente nao vale a pena contratar tipo um guarda noturno para cuidar das casas da vizinhanca?
Meus pais moram no interior...eles fazem isso....
Da mta raiva mesmo...ver que tem tanta gente ruim e vagabunda solta no mundo...
Bjs e se cuida, fique tranquila
Bjs
A mandinha
Acabei de ver um documentário no Nat Geo sobre o comunismo da Coreia do Norte e já fiquei revoltadíssima. E agora, após ler o teu post, meu sentimento só se intensificou.
Graças a Deus não aconteceu nada a vocês, Dáfni, mas ultimamente tenho pensado que esta é a unica proteção que temos ultimamente: Deus. E que Ele continue a proteger vocês!
Beijos!
Pais injusto e que reina a impunidade.
Vergonhoso!!!
Mas tudo bem, o Carnaval está chegando não é mesmo???
Beijos
Andrea
Trabalho na área da justiça e tenho a sensação de q ela funciona, mas a passos lentos. Qto aos bandidos, acredite, eles não estão nem aí. É difícil...
Faça a "sua" parte mesmo, de colocar mil grades na janela. É melhor assim. Pode ser q essa onda de assaltos seja só um surto temporário. Se a cidade é pequena e estiver acontecendo muito, provavelmente o povo vai ficar no pé do prefeito e dos vereadores e eles vão fazer alguma coisa...
Abraço.
Eu nunca fui assaltada, mas imagino a sua sensação de perda, não necessariamente material, mas de violação, de não poder fazer nada e deixar como está, deve ser horrível. Sinto muito por isso, Dáfni.
Acho q o alarme deve funcionar, eu colocaria umas cercas elétricas tbm, quem tentasse entrar, era menos um marginal no mundo. Odeio marginal e odeio polícia, q é outra raça inútil e preconceituosa. Vários amigos meus em festas já levaram surra da polícia sabe pq? Pq são pretos.
Enfim... espero q fique td tranquilo aí. Fica na paz.
Bjo
O problema do Brasil é que qualquer coisa está bom, e nada é feito de verdade. Um exemplo disso é a própria copa do mundo, ou as olímpiadas, que estão a poucos anos e praticamente nada foi feito ainda. Dei esse exemplo não pelo fato em si, mas pra exemplificar que aqui no Brasil, as coisas são assim: "deixa do jeito que tá, a gente dá um jeitinnho".
Sua revolta é totalmente justificável!
Beijinhos!!
Amandinha, tem um vigia que passa na rua, mas nós não contratamos, ainda bem. Sabe por quê? Ele sumiu nesses dias dos ataques! No mínimo não queria se incomodar...
Tranquila eu não estou, pois ontem eu não dormi a noite inteira, com medo de cada barulho que escutava... é f•da, né?
Beijos
E obrigada amiga... eu sei que posso contar com vc! :)
Julia, o problema não é o dinheiro ir pra assistencialismo, pois ao menos está fazendo o bem a muitos. O problema é esta mesma quantia multiplicada por 100 ir para banco falido, é ir pra pagar dívida externa, é ser gasto com político corrupto. Tenho certeza que se uma parcela deste dinheiro fosse gasto com melhorias na saúde, educação e segurança, as coisas estariam melhores.
Beijos
Miss Blueberry, eu vou explicar porque sou contra o PROUNI e o bolsa família pra depois não me chamarem de elitista e nem de reacionária.
Eu sou contra porque eu acho que são ações que só enganam o povo. O bolsa família não traz dignidade a ninguém, e sim sobrevivência pelo tempo em que é implementada. É dependente de governo, portanto pode ser cortada a qualquer tempo. E isso não é ter estabilidade, poder planejar a vida com dignidade...
Eu vivi de bolsa acadêmica por praticamente 10 anos da minha vida. Lembro que nunca tive paz, pois sabia que as bolsas tinham término, e depois para conquistar outra era uma nova novela. Morria de medo quando o governo anunciava cortes, pois sabia que eles iam efetuar cortes em Ciência e Tecnologia e, portanto, menos bolsas seriam implementadas. Não podia planejar minha vida, comprar imóvel, fazer prestação a longo prazo. Sequer saber onde eu ia morar eu sabia, porque dependia de aparecer um concurso (coisa que em 2006 começou a aparecer) ou alguma oportunidade temporária. Não tinha décimo terceiro, nem férias, nem fundo de garantia. O tempo da minha aposentadoria não estava contando. Era uma vida bem instável e cheia de sobressaltos. E é assim que as pessoas que recebem o bolsa família devem se sentir: agradecidos por mais um mês, sem a garantia que receberão no próximo.
Continua...
Quem depende do PROUNI é pobre na grande maioria. Pobre que não tem como passar numa federal ou estadual (que contradição!!!), pois são as melhores universidades e, portanto, disputadíssimas. Quem estuda em federal, na maioria, são as classes A e B - é só olhar os estacionamentos das federais. Pobre mesmo vai pegar a bolsa PROUNI numa particular picareta, desperdiçar quatro anos da vida dele estudando e trabalhando, pra ganhar um diploma que não é bem aceito no mercado de trabalho. E vai, depois, trabalhar numa loja de shopping sendo formado no ensino superior.
É uma vergonha isso! As pessoas são enganadas, pensam que com o diploma vão poder ter uma vida melhor, quando na verdade o diploma delas não vale nada! Por isso eu sou contra.
Continua...
Faço minhas as suas palavras, pois tb tive a casa arrombada e hj tenho uma cerca elétrica om alarme na casa toda. Os bandidos estão livres do lado de fora, eu estou presa aqui dentro.
Bjkas e um ótimo sábado para vc.
http://gostodistonew.blogspot.com/
Isto sim seria dar às pessoas o que elas merecem!
Desculpe o livro! (rs)
Beijos
Mariana, apesar da revolta, eu não moraria fora. Eu amo este país, amo os brasileiros, e não me vejo em outro lugar do mundo a não ser este aqui. Mas não fecho os olhos pra situação absurda em que se encontra este país. E a cada eleição eu fico mais revoltada, mais desesperançada. Tenho ódio no coração porque me importo, e muito. Se não me importasse, certamente estaria em Londres com minha irmã.
Enfim, acho que a solução está em nos revoltarmos e exigirmos dos nossos governantes que mudanças sejam feitas. Veja o que os egípcios conseguiram esta semana, com revolta popular. Acho que os brasileiros tinham que aprender com eles, sabe?
Beijos
Beijos
Abraço!
Espero que tudo se ajeite :(
Beijos
O brasileiro é um povo que não conhece e não quer lutar por seus direitos. Noção zero de cidadania. Todo mundo só quer saber de si.
Pro povo tanto faz se o político rouba, se o governo rouba, se o banqueiro rouba, desde que o cara também consiga se dar bem (mesmo que seja dando um balão no patrão, ou avançando um sinal, ou não devolvendo o troco que recebeu a mais), ele fica satisfeito.
Eu vi o Egito ir às ruas e pensei com tristeza que algo assim nunca aconteceria aqui.
Quando a coisa tá errada desde a base, fica tão difícil pensar em cobrar das autoridades... Triste, mas verdade.
Enfim, o negócio é cuidar de si, mesmo... Se formos esperar segurança de quem deveria prover, estamos ferrados.
Logo logo ser alarme está aí. Até lá, que vcs consigam um pouquinho de paz (sei que é difícil...). :/
Beijos, fica bem!
Carol, imagino. Não querendo ser babaca nem preconceituosa, mas um dos lugares que eu não quis fazer concurso é no norte. Isso porque a gente sabe dos problemas, sabe que tem muito descaso e político corrupto se fazendo por aí. Aqui as coisas já são como são, imagina num lugar que tem deficiências de infra-estrutura... E se depender dos nossos políticos, vai continuar assim, infelizmente.
Beijos
Pri, concordo! Tenho raiva de gente passiva, raiva mesmo! Porque não tomam atitude nunca, mesmo que seus direitos sejam ameaçados, que seus parentes sejam mortos ou assaltados...
Muitas e muitas vezes já me revoltei, e tenho a impressão que sou uma minoria muito solitária. Até na universidade, onde a gente acha que vai encontrar pessoas conscientes, tem gente bundona e mau-caráter.
Beijos
respeito sua revolta e acho que esse seu grito ecoa em muitos de nós. Eu moro em Niterói, já passei por diversas tentativas de assalto; uma delas me deixou bastante traumatizada quando eu era menor com o ladrão pendurado na janela do meu quarto e apontando uma lâmpada para mim. Mas meu pai chegou gritando e ele pulou.
De qualquer maneira moro no Rio e aqui sabemos bem o que é andar sempre preocupados e inseguros. No caso recente de ataques dos traficantes à carros e ônibus no Rio, vivemos uma semana de tensão que acabou com a entrada da polícia no Alemão espetacularizada pela mídia. E depois? O que foi feito?
Concordo com vc quando diz que é educação de qualidade que mudará várias coisas no nosso país. E uma polícia de qualidade também e políticas públicas e investimento de impostos em propostas não assistencialistas apenas.
Mas acredito nele, no nosso país, quero dizer. Acredito que tanto quando pessoas passivas, existem pessoas capazes de lutar e mudar o que é preciso. Na minha opinião o pior elemento cultural do qual sofremos é a crença de que tudo tem que partir do governo/Estado: daí a passividade se infiltra com um lado mais perverso justificada. Afinal se os políticos oportunistas estão lá é porque foram eleitos! Quem elege Tiririca?
Acredito na força da organização da sociedade em instituições capazes de cobrar e vigiar o governo. E gostaria de acreditar mais nos políticos, mas o que eles vêm demonstrando é desanimador mesmo.
O que quero pontuar é que pessoas com ação e responsáveis no meio social existem, ainda que em minoria...
Mas, depois de ver o quão corruptos e com quanta violência andam países como o que eu acabo de visitar; percebo que o grau de organização social nosso não é dos piores.
Desculpe se não me faço entender; o ponto é que vendo muito mais pobreza, desigualdade, corrupção; voltei acreditando que estamos melhor, ainda que MUITO longe da sociedade que eu quero que sejamos.
Enfim, espero que vc supere este momento e consiga dormir bem. (E que não aconteça novamente claro!).
Bjs
Va, depois me conta mesmo! Quero saber!
É, a gente tem que se contentar que os anéis vão, mas na verdade isso é só mascarar a realidade, né? Deveriam ficar anéis e dedos!
Beijos
Mas vou resumir um pouco:
Já passei por dois tipos de governo (PT e PSDB), "só" sendo técnica, faço questão de não me envolver e não fazer campanha - correndo o risco de perder o emprego por não puxar o saco. E por ser "apenas técnica" posso ver de perto que é tudo a mesma coisa (pra não escrever palavrão).
É díficil acreditarem quando digo que faço o que faço por amor, por isto sobrevivo há quatro anos nisto, esperando ver alguns projetos, que comecei com outros colegas, quando ainda eram propostas, ficando em pé.
Já recusei propostas de ganhar o que o mercado realmente paga pra profissionais com meu currículo, porque meu sonho é ver estes sonhos transformados em concreto. É sonho de quem ama a profissão e por estar num "mercado político", todos tendem a achar que não é possível, que no fundo eu pretendo algum cargo no futuro, pra você ver como o brasileiro é mal acostumado.
Não ligo que políticos levem o nome em cima do nosso trabalho. Eles estão lá para isto, mas que façam. Que ajudem, que briguem em Brasília, que enfrentem leis e o escambau pelo bem da população.
Enfim, este pequeno relato é pra dizer apenas que sei como é de perto, e que a coisa toda independe da sigla do partido.
Conhecendo o povo que usa (e abusa) do assistencialismo, também parei de culpá-los, eles foram criados assim.
Por isto mesmo, pra resumir o que penso, faço coro com o que você respondeu pra Milena: só com educação, desde o começo.
É até utopia sonhar isto num país que os projetos que saem do papel, na maioria das vezes, são pra angariar votos imediatos. E educação é considerado investimento a longo prazo, não dá retorno, pelo contrário.
Adoraria conversar por horas e horas, ou escrever muito por aí, mas acho que um dia ainda poderemos fazer isto pessoalmente (e falar de batom também), porque, por exemplo, não acho que bolsa-qualquer-coisa seja de todo ruim, países do primeiro mundo usam deste sistema, mas as pessoas, preferem nunca precisar disto.
Enquanto por aqui, já ouvi gente dizer que não iria mandar o currículo pra empresa X, por medo de PERDER o salário desemprego!
Daí, só nos resta pagar segurança, pagar convênio médico, pagar transporte caro e particular (pedágios, IPVAS...) e, ainda por cima, nos consideramos felizes por fazer parte da população que tem dinheiro pra isto!
Beijos!
Infelizmente, enquanto não tivermos planos para a educação de décadas, vamos continuar a ser assim. Eu amo o povo brasileiro, como disse lá em cima, e vejo nele muitas qualidades, como a forma como é aberto, solidário, receptivo, alegre... mas vejo defeitos também, como é natural. Ninguém é bom ou mal - somos os dois.
Ah, um dia vamos conversar pessoalmente sim! Estou louca pra fazer isso!
Beijos